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Dr. Schlupp se aposenta após 5 décadas de serviços no COC – notícia da internet:
O médico radioncologista Werner Roedel Schlupp, de 72 anos, decidiu aposentar o jaleco após quase cinco décadas de serviço prestados no Centro de Oncologia Campinas (COC), uma das referências no tratamento contra o câncer na cidade. Schlupp viu passar pelos corredores do COC mais de 50 mil pacientes. “Impossível precisar quantos deles tratou – seria uma conta longa -, e mais difícil ainda calcular a quantidade de vidas ressignificadas a partir dos avanços que a radioterapia trouxe ao tratamento do câncer”, cita a nota divulgada pela assessoria de imprensa do Centro.
“Na época em que comecei, as bombas de cobalto eram muito comuns e nem todo serviço tinha um acelerador linear. Só depois vieram os computadores, a tomografia computadorizada e os aceleradores lineares, que incorporaram a tecnologia aperfeiçoando o tratamento”, recordou Schlupp.
O radioncologista entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia em 1970. Após se formar, em 1975, se transferiu para São Paulo, onde fez residência no Hospital Sírio Libanês onde, em 1977, conheceu o doutor Honório Chiminazzo Jr., fundador do COC e responsável por trazêlo para Campinas.
Em 1º de julho de 1978 teve início a trajetória do médico no COC. “Naquela época eu trabalhava no Sírio-Libanês, na Beneficência Portuguesa e no Hospital do Servidor Público, na Capital. A perspectiva de trabalhar num único serviço me atraiu. Eu e minha esposa, a Conceição – pedagoga com quem está casado até hoje – viemos conhecer Campinas, vimos aquele céu azul e decidimos nos mudar”, recorda.
Também pesou na decisão de se aceitar o desafio de trabalhar no COC e se mudar para Campinas a aquisição do Sagittaire, o mais moderno acelerador linear em uso no mundo, que possuía apenas outros dois similares, um nos Estados Unidos e outro na França. “Campinas se transformou em referência mundial da radioncologia”, disse, acrescentado que a proposta do COC era pioneira. “Oferecer todos os tratamentos que o paciente precisava em um único lugar. Naquele tempo, o paciente fazia quimioterapia em um lugar e radioterapia em outro. O COC mudou isso ao ofertar os tratamentos num só centro”, conta.
A concepção de vida menos atribulada que o trouxe a Campinas durou pouco. Além do COC o trabalho foi estendido a outros centros, como Piracicaba e Limeira, e outras oportunidades de emprego, paralelamente ao Centro de Oncologia, surgiram, como a chefia do Departamento de Radioterapia da Universidade de Campinas (Unicamp) e o trabalho em Serviço de Radioterapia em Poços de Caldas – MG.

Outro capítulo importante em 45 anos de trabalho, segundo ele foi a contribuição para as residências médicas oferecidas pelo COC. “A Residência Médica em Radioterapia formou pelo menos duas dezenas de médicos especialistas, profissionais que são hoje chefes e referência em outros serviços Brasil afora. Um dos nossos ex-residentes está em Belém, outro em Ponta Grossa, também em Feira de Santana (Bahia) e no Sul de Minas. Foi uma fase importante”, acrescenta.
Ele lembra ainda das ações solidárias, como o Sábado Sem Câncer (mutirão de exames diagnósticos a centenas de pessoas e posterior tratamento gratuito àquelas que tiveram diagnóstico firmado), campanhas de câncer de mama, de próstata, de colo de útero, de fígado, fazendo um trabalho de ação solidária à população de Campinas e de Piracicaba.
Hoje, a aposentadoria é um projeto em curso, resultado de coincidências e resoluções. “Há uns dois anos pensava em parar, mas as coisas aconteceram de forma que esse fosse o momento. Tenho recebido manifestações de gratidão de todos os pacientes e de carinho dos colegas com relação à minha aposentadoria”. A aposentadoria do radioncologista foi marcada por uma festa surpresa e homenagens preparadas pela equipe de trabalho no seu último dia de trabalho, na sexta-feira. Ele recebeu alguns presentes e placa homenageando seus quase 50 anos de dedicação.